Intolerância religiosa: crime inafiançável
A revista Free São Paulo (ano 2, nº 63, de
24 de janeiro) tem uma nota que ajudou a reforçar minha compreensão a respeito
do conceito que vai se formando em torno das palavras “fundamentalismo” e
“intolerância”, e das implicações disso para aqueles que ainda insistem em
defender a verdade absoluta encontrada na Bíblia Sagrada. Segue abaixo a nota
da página 4:
“Situações que ocorrem no dia a dia do nosso país
nos remontam à Idade Média. Uma delas é a intolerância religiosa, que parece
ter se perpetuado com o tempo. Dados preocupantes foram revelados durante a
semana pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. As
denúncias de intolerância religiosa recebidas pelo Disque 100 cresceram mais de
sete vezes em 2012, quando comparada com a estatística de 2011. Embora
signifique um aumento de 625%, a própria secretaria destaca que o salto de 15
para 109 casos registrados no período, não representa a real dimensão do
problema.
“Ou seja, o buraco é mais embaixo. Há muito mais
denúncias que não chegam ao conhecimento do poder público, mesmo existindo a
Lei 9.459, de 1997, que considera crime a prática de discriminação ou
preconceito contra religiões.
“O preconceito é generalizado e ele parte, muitas
vezes, de grupos religiosos que acreditam ter nos seus ensinamentos a ‘verdade
absoluta’. Deus é único, independente do nome que Ele receba, e a verdade nunca
foi absoluta.
“A intolerância religiosa é um atraso dos mais
vergonhosos e contra ele existem o
ecumenismo e o respeito à crença (e até à
descrença) de cada um. É inconcebível julgar alguém por aquilo que ele
acredita, ou não acredita. Já é tempo de darmos um basta nesse crime.”
Nota: Você percebe como uma lei que se
propõe defender a crença alheia pode se voltar contra certos religiosos? Se
todos têm direito à crença e à descrença, por que não se pode crer que se tem a
verdade? Por que essa crença é perigosa? E se a verdade nunca foi
absoluta, como defende o texto, por que devo acreditar na verdade que eles
procuram defender? Qual a base moral para a sustentação dos argumentos do
texto, se o relativismo parece ser a filosofia da revista? Evidentemente que a
intolerância que segrega, que incentiva a violência e o preconceito deve ser, sim,
combatida. Mas isso não é novo. A religião cristã (não aquela mal vivida por
falsos cristãos) há muito tempo prega o amor ao próximo, independentemente de
quem seja ele e do que creia ou não. Posso ser tolerante, respeitador e não
concordar com a crença alheia. Qual o problema nisso? Posso ser tolerante e não
concordar com a religião água com açúcar do ecumenismo. E aí? Vão me prender
por causa disso? Quem estará sendo realmente intolerante,
nesse caso?[MB]
Fonte: Criacionismo
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